Rádio no Brasil comemora 100 anos

Durante sua vida centenária, o rádio lutou e se adaptou bravamente as inúmeras tecnologias e se manteve sempre presente e vivo na vida do brasileiro.

Em 1892, o engenheiro italiano Guglielmo Marconi, ao inventar o rádio, permitiu que os seres humanos pudessem se comunicar à distância. Desde então, o rádio evoluiu muito e, com a chegada da internet, ganhou novas formas de se comunicar.

O Rádio no Brasil

O rádio no Brasil comemorou no mês de setembro, mais especificamente no dia do bicentenário da Independência, 100 anos de vida e manteve-se responsável por levar informação e entretenimento a todos os cantos desse imenso território brasileiro.

Foi durante as comemorações do centenário da independência, em 1922, que foi realizada a primeira transmissão de rádio no Brasil e em um século, ele resistiu, mudou e se adaptou a chegada das tecnologias modernas como a internet, mantendo-se presente no dia a dia dos brasileiros.

Quem fez a primeira transmissão radiofônica no Brasil foi o antropólogo Edgard Roquette-Pinto. Em setembro de 1922, o então Presidente da República, Epitácio Pessoa, estava no Rio de Janeiro e os aparelhos receptores instalados em Niterói, Petrópolis e São Paulo. O primeiro conteúdo veiculado por rádio no Brasil, em setembro de 1922, foi o discurso do então Presidente da República, Epitácio Pessoa. Ele estava no Rio de Janeiro e os aparelhos receptores instalados em Niterói, Petrópolis e São Paulo. Já a primeira emissora brasileira foi a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 1923 pelo antropólogo e educador Edgard Roquette-Pinto que também viabilizou a primeira transmissão, em 1922, e é considerado o pai da radiodifusão no Brasil.

A emissora tinha como principal propósito promover a educação. Segundo Roquette-Pinto, o rádio era a escola dos que não tinham escola já que na década de 1920, a taxa de analfabetismo no país era de 65%, de acordo com o censo demográfico.

Inicialmente, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro era mantida por uma associação civil, a Sociedade Brasileira de Radiodifusão. Em 1923, a associação foi transformada em uma empresa, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro Ltda. A estrutura acionária da empresa era formada por Roquette-Pinto (20%), pelo engenheiro e inventor Roberto Landell de Moura (20%), pelo jornalista Eurico Dutra (20%) e pelos sócios da Sociedade Brasileira de Radiodifusão (40%).

Popularização do Rádio no Brasil

O rádio começou a se popularizar na década de 1930, principalmente após a sanção de uma lei, pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1932, que autorizava a transmissão de propaganda pelas emissoras, desta forma as empresas foram incentivadas a investir na rádio e os aparelhos começaram a se tornar acessíveis.

Com isso, passaram a ganhar espaço a música popular e os programas de entretenimento. Foi em 1935 que o programa A Voz do Brasil foi transmitido pela primeira vez e é o programa de rádio mais antigo do país e do Hemisfério Sul, ainda em transmissão.

Era de Ouro do Rádio

Foi apenas na década de 50 que o rádio ganhou força e se tornou um dos principais meios de comunicação do país, sendo chama de a “Era do Ouro” das rádios.

Surgiram as Rainhas do Rádio, futebol virou paixão nacional, radionovelas viraram referência e emissoras como a Nacional do Rio de Janeiro, foram ouvidas por todo país, e seus cantores se tornaram ídolos nacionais.

Após inúmeros avanços tecnológicos o rádio chega à profissionalização do meio e implantação do rádio apoiado por dados e interação com o público, a prestação de serviços oferecidos por ele, ganhou cada vez mais espaço.

Migração de AM para FM

Apesar da rádio na frequência AM ter um alcanço maior, estão bem mais sujeitas a interferências e ruídos. Desta forma migração na frequência de transmissão de AM (Amplitude Modulada) para FM (Frequência Modulada) firma a posição do rádio como um importante instrumento para prestação de serviços.

Já que rádios FM contam com aumento significativo na qualidade. Além disso, alguns aparelhos mais novos, como celulares e tablets, não sintonizam AM.

Com essa migração, foi necessária a ampliação de banda, ou seja, o aumento dos canais disponíveis para comportar mais emissoras. Atualmente existe o que é conhecido como “banda estendida”, com novos canais nas frequências de 76,1 FM a 87,5 FM.

Selo comemorativo: 100 anos de rádio no Brasil

Em comemoração a essa data tão significativa, os Correios lançaram um selo comemorativo dos 100 anos do rádio no Brasil.

Foram confeccionados 14 mil blocos, cada um composto por 4 selos, num total de 56 mil selos, nele é apresentado a figura do engenheiro italiano Guglielmo Marconi, considerado o pai do rádio. A imagem foi inspirada em um retrato do italiano, obra de 1914, do artista plástico brasileiro Marino Marini.

No fundo, o selo apresenta o primeiro transmissor de rádio construído no Brasil, em 1906, pelo engenheiro italiano Guglielmo Marconi. O selo custa R$ 1,50 e pode ser adquirido em agências do Correio.